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Mostrando postagens de novembro 30, 2014

E ao anoitecer...!

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Anoitecer - Carlos Drummond de Andrade É a hora em que o sino toca,  mas aqui não há sinos; há somente buzinas,  sirenes roucas, apitos  aflitos, pungentes, trágicos,  uivando escuro segredo; desta hora tenho medo   É a hora do descanso, mas o descanso vem tarde, o corpo não pede sono, depois de tanto rodar; pede paz — morte — mergulho no poço mais ermo e quedo; desta hora tenho medo. Hora de delicadeza, agasalho, sombra, silêncio. Haverá disso no mundo? É antes a hora dos corvos, bicando em mim, meu passado, meu futuro, meu degredo; desta hora, sim, tenho medo. Poema ANOITECER - CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE